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domingo, 26 de maio de 2013

Existe diferença entre esperança e expectativa?



Quem de nós já ouviu contos de fadas, histórias de princesas e lutas de grandes heróis que após desafios e sofrimentos, desfecham em uma destas mensagens:

“Viveram felizes para sempre...”
“O bem sempre vence...”

Assim terminamos o livro, saímos do cinema, desligamos o DVD, ou para os mais antigos como eu, rebobinamos a fita ou tiramos o disquinho de historinha da vitrola. Percebemos então, lá dentro uma sensação positiva, que eu chamaria, para efeitos didáticos, de esperança. Mas esperança de que? O que é este sempre?

Cada um de nós constrói seu modelo de futuro: a imagem, a emoção e a sonoplastia desta sua “cena individual do para sempre”. Algumas pessoas chegam a alimentar a vã ilusão de que esta cena durará...

...para sempre...

...achando que o para sempre se estende do momento daquela cena, até o fim da vida. Mas o que acontece quando o desafio volta, ou o sofrimento chega? Ficamos decepcionados com o contraste entre nossa expectativa e a realidade dos fatos. De forma tola culpamos o outro por este sofrimento, algumas vezes um parceiro afetivo, um chefe, um amigo ou colega de trabalho. Não nos damos conta que a causa do problema não está lá fora, está dentro da nossa própria mente. Estamos frustrados por que a realidade lá fora está diferente do que desejávamos. 

Enquanto brigarmos com a realidade lá fora que não podemos mudar, estaremos andando em círculos, presos ao sofrimento. A partir do ponto que olhamos para dentro e percebemos que a causa está na expectativa que criamos, podemos desenvolver um caminho para criar menos expectativas.

Até que ponto é bom ou ruim criar expectativas?

Se considerarmos que criar boas cenas de futuro nos anima e motiva a agir na construção deste caminho até ele, isto é positivo, eu chamaria a este estado de esperança.

Por outro lado, muitas vezes acrescentamos detalhes demais a esta cena de futuro. A criação desta lista exageradamente detalhada, eu chamaria de expectativa, pois quanto maior o número de detalhes, maior a chance de haver variação entre a cena e a realidade, nos decepcionando, sem percebermos o quanto o caminho para chegar a esta cena está nos preparando para chegar mais perto da cena de futuro que temos esperança de viver.

Afinal, qual então é a diferença entre esperança e expectativa?

Sintetizando, se pensarmos na vida como um conto de fadas, que um dia terá um final feliz, poderemos sentir esperança de que este final feliz é possível. Mobilizamo-nos então para construir o caminho até ele. A esperança começa a virar expectativa, à medida que especificamos demais este caminho. 

As expectativas mais comuns que criamos são:
  • Existe apenas um caminho, e este caminho é linear e reto;
  • Eu sei quanto tempo vai durar este caminho;
  • Eu sei quem são as pessoas que vão me acompanhar neste caminho;
  • Eu sei exatamente quais habilidades e conhecimentos eu preciso para trilhar este caminho;

Então qual o segredo?

O segredo é perceber que a vida acontece em ciclos de contos de fadas. Nosso caminho vai se desenhando a partir de cada um destes ciclos. Aceitar o fim de um ciclo é ter esperança de que o próximo ciclo será ainda melhor e mais feliz que o ciclo anterior. É um exercício de desapego às nossas expectativas.

Como diz a música, “o pra sempre, sempre acaba”, e isto faz parte da vida. Mas como diz a outra música, “Dias melhores, pra sempre virão”.


E você, quais são as expectativas mais comuns que você cria, já conseguiu identificar? Quer compartilhar comigo (CoachAngela) ou com os outros leitores?



Abraços,
Ângela Medeiros
Personal and Executive Coach